domingo, 28 de agosto de 2011

1 FILME PARA (JORNALISTA) VER ANTES DE MORRER

Ser estagiário certas vezes tem seu lado bom. Lançamento de livro, filmes e exposições são pautas que nem todo repórter tem saco pra ir. E nessa hora que entra em ação o escraviário estagiário! Ontem me mandaram pra a pré-estreia de um filme que por algumas horas - ou segundos, talvez - mudou minha forma de ver as coisas na minha profissão. Trata-se do longa "Intrigas de Estado" (você pode conferir o trailer aqui), dirigido por  Kevin Macdonald, que estréia hoje nos cinemas de todo o Brasil.




Não sou nenhum crítico de cinema. Mas antes de contar como o filme contribuiu para uma nova visão do exercício coerente da minha profissão, vamos aos comentários gerais. As excelentes atuações de  Russell Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams e Helen Mirren fazem o telespectador não querer nem ir ao banheiro no meio do filme. Um enredo com começo, meio e fim - não necessariamente nessa ordem - que aos poucos vai revelando uma conspiração política que, não duvido muito, acontece bastante nos congressos mundo afora. O filme é baseado na minissérie de Paul Abbott, que foi exibida pela BBC inglesa em 2003.

Um breve resumo do filme: Cal McCaffrey (Russell Crowe) é um repórter que trabalha há muitos anos num jornal de Whashinton, DC. Muitas matérias investigativas preenchem seu currículo, mas quando uma história envolvendo o congressista e seu amigo Stephen Collins (Ben Affleck) cruza seu caminho, uma rede de mentiras e interesses financeiros pode ser revelada. E com alguns caracteres e uma capa de jornal, Cal teria o poder de resolver esse problema de interesse público. E dai surge o velho conflito: interesses editorias ou ética para com os leitores do jornal?
Cal: metade repórter, metade detetive.


Um ponto interessante é que para descobrir novas pistas, Cal conta com a ajuda da escritora do blog no jornal, Della Frye. E ver as diferenças entre o tradicional repórter investigativo do impresso com a jovem garota do online traz à tona a realidade do século em que vivemos. Há situações onde Cal pensa que deve segurar a informação até um outro dia da publicação, enquanto a "web girl" gostaria de ir lá e dar o furo, na hora, em tempo real.

Online x Impresso


Mas voltando à contribuição do longa para minha humilde vida. É interessante pensarmos como é complicado ser jornalista hoje em dia. Eu mesmo, na situação proposta no filme, não saberia o que fazer. A vida não anda muito rápido, hoje ela corre. E podemos nos deparar com muitos exemplos de como essa correria prejudica a troca de informação. “Batida com três mortes na Agamenon Magalhãs. Três morreram. Culpa foi do motorista de ônibus”. UPDATE. “Não foram três que faleceram, na verdade só dois ficaram feridos”. UPDATE. “Não tinha ônibus na história, foi só um motoqueiro de fast food querendo chegar ao seu destino o quanto antes”. Viu?

Então, o filme "Intrigas de Estado" mostra que nem sempre a rapidez com a qual a mensagem é enviada contribui para sua eficácia. Durante toda a história e as etapas da investigação fica gritante a diferença entre jornalismo impresso e online. Enquanto o primeiro procura arrematar a história até que ela esteja completamente madura, o segundo quer ser o primeiro a dar a notícia – esteja ela totalmente apurada ou não.

Nós, que nascemos em berço cybernético, precisamos ter muito cuidado em relação a isso. Acho que por isso sou a favor dos papéis. Que graça tem ler um livro num tablet? Quem consegue se concentrar num livro em PDF quando existem milhões de janelas do facebook piscando? É, eu sei que é muita hipocrisia minha estar falando isso num BLOG. Mas pra pessoas pouco intelectuais como eu, que não tem "placa mãe" suficiente para escrever um livro com 200 páginas, uma página na internet é o que me resta. 

Abraço e até a próxima!

Um comentário:

  1. Caras repórteres MARIA MANOELLA BALBINO e REBECA BUARQUE
    do blog thehellcifetimes.blogspot.com,

    Na aula anterior pedi que vocês navegassem pelo projeto Reportaje 360º, do jornal colombiano El País. O tipo de reportagem ali apresentado prevê uma outra estrutura de contato com a notícia. Para o e-mail da dupla (se não, para o e-mail da turma...) foi enviada uma entrevista (arquivo em .pdf) com Felipe Lloreda, diretor de Novos Meios do El País, publicada na Revista Imprensa.

    Gostaria que vocês lessem o texto e apresentassem como postagem no blog uma SUGESTÃO DE PAUTA com tema livre a ser executada por vocês nas próximas semanas (a entrega definitiva é no dia 8 de OUTUBRO, teremos algumas orientações até lá) e que, assim como o projeto Reportaje 360º contemple, além de texto, vídeo, áudio e foto. O material, ao fim, deverá conter dois textos (mínimo 400 palavras cada), dois áudios (mínimo 1 minuto cada), dois vídeos (mínimo 30 segundos cada) e dez fotos (cinco para cada reporter). Eis o modelo:

    Pauta:
    Dupla:
    Editoria:
    Descrição:
    Objetivos:

    Estrutura (exemplo):
    Vídeo 1 - Sobre... Repórter:
    Áudio 1 - Sobre... Repórter:
    Texto 1 - Sobre...
    Vídeo 2 - Sobre...
    Áudio 2 - Sobre...
    Texto 2 - Sobre...
    Fotos - Sobre

    Hoje gostaria apenas que vocês elaborassem a pauta. E também começassem a seguir os perfis de Twitter e Facebook dos blogs de seus colegas de classe. As próximas atividades (relacionadas ao júri simulado) vão depender também dessas redes sociais.

    Abs e boa sorte,
    DBrito

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